A Entertainment Tonight (ET) publicou uma entrevista feita a Scarlett Johansson e Florence Pugh sobre suas personagens no mais novo filme da Marvel Studios, Viúva Negra. Confira a tradução:
Dez anos, 23 filmes e uma pandemia depois, Viúva Negra está tomando a frente do Universo Cinematográfico da Marvel. “Já era hora,” Scarlett Johansson contou a Nischelle Turner quando a ET visitou o set do filme no Reino Unido em agosto de 2019. “Eu acho que já era hora.”
Discussões sobre a assassina-que-virou-espiã-e-virou-Vingadora de Johansson estrelar seu próprio filme na verdade começaram não muito depois de ela se juntar ao MCU em Homem de Ferro 2 de 2010. Depois de ir avante com os heróis mais poderosos da Terra em Os Vingadores, o chefe de estúdio Kevin Feige deu uma dica a ela de que um filme da Viúva Negra poderia estar nos planos, apesar de nada ter sido feito imediatamente. “Era um ambiente tão diferente e até mesmo o zeitgeist era diferente,” Johansson reflete. “Eu acho que teria sido muito diferente por causa da minha experiência de vida”
Foram mais seis anos até que Viúva Negra começasse seriamente a sua jornada até os cinemas. Em 2018, Cate Shortland foi contratada para dirigir e contratou um elenco de apoio incluindo Florence Pugh, Rachel Weisz e David Harbour. No ano seguinte, a Marvel Studios lançou Vingadores: Ultimato, no qual viu Natasha Romanoff cair até a morte depois de se sacrificar para parar Thanos. Ainda, sua história não estava terminada.
Viúva Negra não vai desfazer o final da Natasha — o filme se passa entre os acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil e Vingadores: Guerra Infinita — mas vai abrir a sua notória conta no vermelho e explorar mais ela como uma personagem. Pugh e Weisz interpretam as Viúvas Yelena Belova e Melina Vostokoff quando o trio de operativas têm que enfrentar seu passado e o vilão misterioso chamado de Treinador. (O filme estava originalmente planejado para estrear em 2020 antes dos adiamentos da pandemia o empurrarem para o verão de 2021.)
Durante uma pausa nas filmagens no Dunsfold Aerodrome em Surrey, Inglaterra, Johansson e Pugh discutiram por que agora é a hora para a Viúva Negra finalmente conseguir seu filme e as “reações mistas” de Johansson ao saber do destino da sua personagem em Ultimato.
ET: O que você lembra sobre receber a ligação naquele dia que eles finalmente disseram, “OK, a gente vai fazer. [A gente vai fazer um filme da Viúva Negra.]”?
SCARLETT JOHANSSON: Esse dia. Eu estava esperando no celular por uns dez anos pelo Kevin Feige. Só música de espera por 10 anos. Eu tenho uma memória — porque todos nós estávamos bebendo muito vinho tinto, isso talvez seja uma memória real ou uma memória do vinho tinto, não tenho certeza, mas acho que o Kevin Feige também lembra — a gente estava celebrando a press tour do primeiro filme dos Vingadores, então foi há muito tempo. A gente estava se divertindo muito e o Feige e eu nos sentamos um de frente para o outro em uma mesa e ele abordou isso e nós começamos a falar sobre o que poderia ser [e] a possibilidade de um filme solo. E isso foi, não sei, oito anos atrás ou algo assim e teria sido um filme muito diferente desse que estamos fazendo agora.
FLORENCE PUGH: Você estava lá desde o comecinho? No início?
JOHANSSON: Sim. Oi. Scarlett. Prazer em conhecer você. [Ri]
Eu acredito que tudo acontece quando deve acontecer, e eu acho que esse é um momento muito bom de fazer esse filme com sua voz e sua perspective e então com essa fodona [Florence].
JOHANSSON: É o que é tão incrível sobre isso, é que nós somos realmente capazes de explorar o relacionamento entre essas duas personagens [Natasha e Yelena]. Teria sido tão diferente oito anos atrás, porque eu acho que as mulheres eram e ainda são constantemente colocadas umas contra as outras de uma maneira muito irrealista. Nós podemos minar as complexidades de um relacionamento fraterno em todas as complicações do amor e também desapontamento e todas essas coisas.
E vocês têm a Rachel [Weisz]
PUGH: Rachel e Cate [Shortland]. Não vamos esquecer da Cate! É bem louco.
JOHANSSON: Eu estou sempre feliz de ter um trabalho, mas estou feliz em dizer todo dia vindo trabalhar nisso, eu me sinto incrivelmente sortuda porque temos um pessoal incrível mas nós temos um grupo de mulheres incrível que vêm trabalhar todo dia completamente comprometidas com ideias incríveis e comprometidas a fazer algo que é real e profundo e visceral.
Florence, como foi para você receber a ligação dizendo, “Bem vinda ao Universo Marvel”?
PUGH: Estranhamente, porque tudo foi bem direto em termos de treinamento e eu conheci todas aqueles dublês maravilhosos que estavam desesperados para que eu começasse, eu na verdade não tive um momento para pensar sobre isso. Nós temos filmado por dois meses, mas quando realmente caiu a ficha foi na Comic-Con. A gente foi embora e eu fiquei tipo, “OK, aconteceu. Está acontecendo. Não posso voltar atrás agora.” Eu não conseguia ver a parede de trás. Foi louco.
JOHANSSON: É impossível explicar o quão estarrecedor é o sentimento de sair de um palco principal na Comic-Con.
PUGH: É isso que significa fazer parte disso, é isso. Foi magnífico.
JOHANSSON: E então você vê as pessoas do elenco da Marvel e todos os diretores e o lineup inteiro para a próxima Fase, é muito incrível.
PUGH: E eu ganhei um boné de lá também!
JOHANSSON: É por isso que ela foi. Ela foi pelo boné grátis.
Vamos falar sobre ela como se ela não estivesse aqui por um segundo. O que faz a Florence uma pessoa que você deve ter atenção?
JOHANSSON: Eu tenho que ter atenção com ela o tempo todo, porque ela tenta bastante me dar rasteiras.
PUGH: É pra abraçar melhor!
JOHANSSON: Eu sei. Ela é muito carinhosa. Ela é muito confortável. Digo, é tão envergonhante falar de alguém quando a pessoa está perto.
PUGH: Eu posso me virar.
JOHANSSON: Florence é uma atriz tão talentosa e ela é tudo isso que falam. Ela é uma parceira de cena incríve e tem uma pegada fresca em tudo e te encontra no momento. É maravilhoso. Eu amo trabalhar com ela. Amo.
Esses abraços e depois vocês lutam, certo?
PUGH: Bem, como você disse mais cedo, é provavelmente uma das coisas mais legais do nosso relacionamento, que é, tipo, melhores amigas, família, mulheres, tem tanto amor e tanta, tipo, briga e ódio e raiva mas tem amor e elas se juntam de novo o tempo todo. É muito legal ter essas mulheres fortes lutando com tudo juntas.
Como você são parecidas com a Yelena na vida real?
JOHANSSON: O penteado, na maior parte.
PUGH: Penteado, na maior parte. Eu amo os dois rabos de cavalo. Eu não sei. Ela come bastante? Eu acabei de comer nessa cena. [Ri] Eu não sei. Sou bem mimada.
JOHANSSON: Eu vou responder essa pergunta por você. Eu acho pessoalmente que vocês duas são muito, vocês são ardentes. Salgadas.
PUGH: Nós temos um senso de humor parecido, isso tá provavelmente correto.
JOHANSSON: Seco. Você meio que gosta de provocar um pouco.
PUGH: Má! [Ri] “Você gosta de me cutucar o tempo todo.”
Como vocês são parecidas com a Natasha?
JOHANSSON: Ai, Deus. Eu acho que a Natasha é realmente boa em compartimentalizar. É bom e ruim, e eu acho que compartilho dessa qualidade pelo bem ou pelo mal.
PUGH: Vocês também vestem as mesmas roupas. Todos os dias. Ela calça essas botas de caminhada todo dia. É muito difícil fazer com que ela as tire. Eu fico tipo, “Scarlett! Me dá esses sapatos!”
JOHANSSON: Eu vou andar uma maratona nessas botas.
Então, vamos definir onde estamos no Universo Marvel com esse filme. Porque não é um filme de origem. É meio que um filme de história do meio.
JOHANSSON: Vamos ver, como eu posso Marvelizar isso para você? [Para a Florence] Você vai ficar boa nisso também. Você não diz nada falando tudo.
PUGH: Eu só vou ficar em pé aqui e ouvir.
JOHANSSON: Eu vou ser atingida no pescoço com algum tipo de tranquilizante. Então, isso é obviamente antes de Guerra Infinita e depois de Guerra Civil. Aí está, eu estou comprometida com essa resposta.
Interpretar esse papel por esse tempo todo como você fez, como foi o treinamento? É mais fácil agora?
JOHANSSON: Não, é mais difícil porque eu estou mais velha agora, então tudo é mais doloroso. Eu acho que estou bem em forma.
PUGH: Ela está em uma ótima forma.
JOHANSSON: Eu sou paga para ir para a academia.
PUGH: É muito engraçado. É muito engraçado. Para mim, quando eu comecei nisso, era tipot, “Ei, aprenda tudo isso aqui!” Ter profissionais querendo te ensinar como lutar artes marciais, ou, tipo, kickboxing é tão massa, e então você consegue fazer no set com a Scarlett e fica tipo, “O que é a minha vida!”
JOHANSSON: E você vê meu corpo velho e raquítico e fica tipo, “Ai não! Eu não quero isso!”
Todos nós sabemos que você é uma campeã para as mulheres. É quem você é em seu interior. Você fica orgulhosa em saber que você está deixando esse legado para a sua filha ver?
JOHANSSON: É difícil ter uma perspectiva sobre isso. Eu provavelmente deveria escolher meus trabalhos baseada no que minha filha vai pensar sobre eles, mas eu não faço isso. Eu acho que é parte dessa coisa de compartimentalizar. Eu escolho o que parece desafiador para mim e que eu nunca tenha feito antes e acho que isso é algo que eu estou mais animada em mostrar a ela, que você sabe que pode fazer alguma coisa mas você não sabe como fazer, se arriscando e a recompensa vale a pena.
PUGH: Imagine sua mãe pavimentando o caminho de super heroínas. Isso é muito legal.
JOHANSSON: Ela estava empolgada em comer Cheerios outro dia por que eu estava na caixa. Eu estava meio, “Você vai comer o Cheerios ou o quê?” E ela disse, “É a mamãe na caixa.” E eu, ‘Tudo bem, ela vai comer o Cheerios. Legal.’
PUGH: Você sabe o que é legal também em crescer, ela nem vai saber que isso é algo especial.
JOHANSSON: Estar em uma caixa de Cheerios?
PUGH: Não, sua mãe ser uma grande super heroína. Sua mãe sempre ter sido uma super heroína.
JOHANSSON: Honestamente, eu tenho que dizer que amo essa personagem. Eu amo ela. Eu tenho muita empatia por ela. Ela é uma espécie de herói modesto, e ela faz o sacrifício final.
Ela faz. Eu estou muito feliz que esse filme aconteceu, porque da última vez que vimos a Natasha eu estava, “Opa. Espere um minuto. Calma aí.”
PUGH: Você pausou, tipo, “Não, eu não vou ver isso.”
JOHANSSON: É engraçado. Eu tive reações confusas sobre o destino final dela em Ultimato, mas para mim, fez muito sentido que ela se sacrificasse não só pelo bem maior da humanidade mas por seus amigos, que foi realmente o coração daquilo. Ela é uma das boas.
Fez sentido, mas eu não gostei.
JOHANSSON: Quero dizer, eu não era louca de pular [no precipício]. Eu pensei, “Ugh, tudo bem. Eu acho que vou ter que tentar.” Eu ou Renner. Eu ou Renner. A escolha de Sofia para algumas pessoas, o que eu posso dizer?