Demorou muito tempo, mas nem mesmo a morte conseguiu parar a Viúva Negra. No set e fora dele, a Empire descobre como a fase quatro da Marvel vai estrear como um tiro.
O Universo Cinematográfico da Marvel é como um tubarão: sempre anda para frente. Enquanto a Fase Quatro começa, os próximos filmes que a Marvel planejou – as travessuras cósmicas de Os Eternos, o misticismo de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, o dito terror Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, e a caracterização por completo da Thor de Jane Foster em Amor e Trovão – todos parecem designados a empurrar o universo, já bastante maluco, em diversas novas direções.
Mas às vezes para ir para frente, tem que dar um passo para trás. Viúva Negra, começando essa nova era, é um flashback. Colocado entre as Guerras, Civil e Infinita, o muito aguardado filme solo de Natasha
Romanoff é um ponto fora da curva: a Marvel irá voltar o relógio depois da morte de um personagem principal. Isso não é algo normal. Esse filme não deveria existir. Por essa razão, “ir para trás” parece ser a escolha perfeita para o primeiro filme da Fase Quatro. Aqui nós iremos entrar na mente da personagem que sempre cuidadosamente se manteve às escuras.
Vamos finalmente descobrir as forças sombrias que moldaram a Natasha na heroína que ela é hoje. E vai ficar obscuro. Se esse filme tivesse vindo antes, muito provavelmente não teria ido a onde foi. “Eu acho que nós poderíamos ter feito uma outra versão desse filme [anos atrás]”, contou Johansson à Empire em fevereiro deste ano, perto do final da pós-produção do filme. “Teria sido algo muito mais parecido com o gênero” Realmente, esforços para fazer um filme da Viúva Negra vêm de antes do UCM – o escritor de X-Men David Hayter estava em discussão para fazer um em 2004 antes do decepcionante golpe duplo de Elektra e Mulher-Gato temporariamente acabar com as oportunidades de um filme de uma super-
heroína nas telonas.
Levou 16 anos, e 10 após a primeira aparição de Johansson no papel de Natasha em Homem de Ferro 2, pra esse filme ser realmente finalizado. Agora, a Marvel está jogando o dado em ima proposta bem arriscada, esperando que o filme não tenha morrido apenas porque a personagem
morreu. A demora, no entanto, é algo que Scarlett Johansson agradece. Um filme anterior teria sido “algo muito mais circus-y, entende?” ela diz.
“Eu não sei se nós teríamos conseguido estar e segurar a personagem
nos estados emocionais que nós temos agora.” Anos atrás, isso teria sido um filme sobre uma garota quebrando o pau. Agora é algo completamente
diferente. Dada á longa campanha dos fãs por um filme solo, e a aparente conclusão definitiva da Natasha em Vingadores: Ultimato, Johansson quis ter certeza que teria um bom motivo para voltar ao uniforme de
couro, voltando não pelo direito, mas por vontade. Para aquela única pessoa que ainda não assistiu Ultimato, foi nesse filme que a ex-assassina-agora Vingadora lutou até a morte com seu melhor amigo para salvar a vida dele, e metade do universo junto, adquirindo a Jóia da Alma pulando de um penhasco em direção ao vazio. Quando ela caiu, ela parecia estar com um sorriso torto no rosto. Quem é que tem tanta culpa que ativamente luta para desistir da sua vida em prol da vida de outra pessoa? Um filme da Viúva Negra precisou responder algumas questões, mas também teve que adicionar algumas coisas à história da Natasha. Para Scarlett, ela teria que ter um senso de que ela continuaria aprofundando o personagem que ela já interpretou sete vezes.
Se uma idéia forte o suficiente para um filme solo não tivesse aparecido, a atriz estaria disposta a deixar Natasha no fundo daquele penhasco em Vormir. “Eu estaria feliz com o trabalho que eu fiz até o ponto de Ultimato,” ela diz, “e eu senti que ‘Ok, eu posso deixar essa ir’ Tipo, ‘Eu realmente vivi isso’.” Então, no entanto, a diretora Cate Shortland entrou em cena. “Não foi até a Cate aparecer, e Ned Benson [o diretor de O Desaparecimento de Eleanor Rigby] escreveu um rascunho que explicitou tudo para nós, que a gente conseguiu ver o potencial que o filme poderia ser.” diz Johansson.
Shortland foi crucial para trazer o filme que Johansson queria fazer. Uma australiana que brilhou pela primeira vez com o drama clichê Somersault em 2004, Shortland traçou seu caminho independente desde então, via o complexo conto familiar da Segunda Guerra Mundial de Lore e o terror sensual Berlin Syndrome.
Suas protagonistas são normalmente mulheres, muitas vezes perseguidas pela culpa e sempre profundamente complicadas – perfeitas para Natasha. Além disso, Johansson é uma fã de longa data. “Tudo que ela faz é muito bom, e intenso, e complicado, e vulnerável e honesto,” expressa a atriz.
“Eu precisava de alguém que estava um pouco incerta do que isso seria, porque eu também estava. Eu queria questionar as coisas.” Só existia um problema: Shortland não é o que você chama de uma diretora contratável.
“As pessoas me chamam para projetos e eu sempre digo não,” ri Cate. “Quando a Marvel me ligou me perguntando se eu estava disposta a conversar com eles, eu achei que eles estavam loucos. Por que razões eles
gostariam de falar comigo sobre um filme da Marvel?” Mas assim que ela conheceu os mandachuvas do UCM para discutir os temas dos filmes, Shortland ficou intrigada. Uma ligação com Johansson serviu só para aumentar seu entusiasmo.
“Nós conversamos sobre a personagem e foi isso que me cativou,” diz Shortland. “[Ela] é uma personagem que tem um ótimo coração, mas também muita vergonha; ela cometeu crimes que ela julga imperdoáveis, e como você na sua vida, se redime por isso? Eu penso muito que as pessoas se identificam com a história dela, pois ela não é perfeita. Isso foi o que me deixou animada.” Finalmente, Viúva Negra estava pronto para acontecer.
Com a estrutura e a diretora no lugar, Eric Pearson de Thor: Ragnarok começou a escrever o roteiro enquanto Cate Shortland procurava seu elenco. A primeira chave era fazer desse filme uma história interna e fechada, e não uma comum história de origem prequela, ou uma missão lateral com um pequeno peso emocional nela. Ao invés disso, é uma espécie de inter-quela, mas uma em que mergulha fundo em como a Natasha foi feita. Nós sabemos que ela enfrentou um inferno em seu treinamento no
programa ‘Sala Vermelha’ que criou as altamente letais Viúvas, e que as suas habilidades tenebrosas foram dificilmente obtidas. Nós sabemos que ela tem “Vermelho na sua conta” dos seus crimes passados, e sentimos que essa dívida era grande o suficiente para só ter sido paga depois de ela salvar o universo inteiro, mesmo que nós não sabemos exatamente o que ela fez.
“Nós nunca realmente descobrimos exatamente o que ela é,” diz o produtor Brian Chapek. “Esse filme foi uma oportunidade. Qual é o vermelho mais escuro na sua conta? Talvez tenha sido coisas que não seja exatamente o que esperamos.” “Coisas que nós não esperamos” poderia ser o slogan da Marvel, todos os 23 filmes incluídos. “[O chefe da Marvel Studios] Kevin Feige, sempre diz “Nunca subestime esse elemento de surpresa” diz Johansson. “Ele vive sob esse lema e ele imediatamente ficou interessadíssimo na idéia de fazer um estilo de filme familiar.” Shortland compara Feige a alguém de um plano superior:
“Kevin é um estilo de Yoda e só segue seu instinto. Então o roteiro está sempre evoluindo.” Johansson mesma consultou diversos rascunhos do roteiro até que tudo estivesse perfeito. “Era um interessante – muitas vezes enlouquecedor – processo.” diz ela. O resultado foi algo que acrescentou novas camadas a uma personagem já muito complexa.
Viúva Negra, além de nos revelar uma considerável vulnerabilidade a respeito da fachada impressionante da Natasha, nos introduz a sua antiga tribo. Depois de se separar de metade dos Vingadores em Guerra Civil e saindo em uma fuga das autoridades – o secretário Ross de William Hurt
está comandando a busca pela Natasha – nossa Viúva Negra está à deriva, não mais se definindo para quem ele trabalha. As circunstâncias a obrigam a entrar em contato com o que é, mais ou menos, sua distante família.
Eles são, bem, não aquele núcleo familiar tradicional que conhecemos. Ninguém está disposto a revelar exatamente como eles se juntaram, mas com certeza existe uma quase familiar relação entre a Natasha e o grupo: Melina Vostokoff de Rachel Weisz, Alexei Shostakov de David Harbour e Yelena Belova de Florence Pugh. É um elenco formidável.
“Digo, nós todos somos do cinema independente, de vários tipos de filmes,” diz Harbour. “Elas todas tem a po#%a de indicações ao Oscar. Eu não, muito obrigado. Eu sou o elo frágil.” Harbour está admirado a todo tempo. “Eu estou completamente apaixonado por Rachel Weisz” ele diz. “É um real problema, está tomando conta da minha vida.”
Além de nos introduzir ao resto da família de Natasha Romanoff, o filme também investigará seu passado. Nós tivemos um vislumbre, em Era de Ultron, das aulas de balé com a Madame B, a mentora de Natasha (Julie Delpy), das aulas de tiro e da cerimônia pelo assassinato – mas e a respeito das coisas que não foram feitas dentro das relativamente agradáveis paredes de madeira? E a respeito das coisas mais embaixo? Agora, de uma forma que talvez não fosse possível dez anos atrás, a Marvel conseguirá explorar o que transformou essas garotinhas em cruéis assassinas e o que a Johansson classifica como o “horror” que aconteceu com essas meninas.
A Melina de Weisz e a Yelena de Pughtambém são Viúvas, assim como Natasha, que passaram pelo sistema de treinamento da Sala Vermelha. “Existe um preço alto a ser pago para se tornar uma Viúva
Negra,” diz Weisz. “Os vários ciclos do treinamento na Sala Vermelha certamente afetaram a personalidade de Melina [e] sua sanidade mental.” Yelena, de Pugh, também está tentando – assim como Natasha – lidar com “esses lugares escuros em sua mente”. Mas a resposta se prova por meio da
ligação fraternal, quando ela e Natasha percebem que têm basicamente as mesmas cicatrizes. “Elas começam a se curar assim que começam a conversar uma com a outra,” diz Pugh, “então é como se fossemos uma legal família de super heróis ali.” Com duas outras Viúvas treinadas – e mais ainda no resto do filme – Natasha não está mais sozinha ou única nas suas habilidades.
Ela está quase lutando contra si mesma, ou ao menos lutando contra alguém com seu mesmo set de habilidades, que se tornou em uma insana metáfora: Natasha enfrentando seus próprios demônios. “Nós brincamos bastante com essa idéia dessa imagem espelhada e do mimetismo,” diz Johansson – uma idéia que também ecoa em um dos vilões do filme, o Treinador, o qual o poder é uma capacidade insana de adquirir qualquer técnica de luta de qualquer oponente seu e usá-las contra eles. Tem mais um membro da unidade familiar, e diferente das três mulheres protagonistas, ele tem uns poderes realmente incríveis. Alexei, também conhecido como Guardião Vermelho, foi a resposta soviética, com um orçamento menor, para o Capitão América, sendo basicamente arquivado desde o fim da Guerra Fria.
“O que é legal é que o Alexei se leva completamente a sério,” diz Shortland. “Ele tem um ego realmente frágil.” Shortland queria David Harbour para Alexei. Depois de Stranger Things e Hellboy, o ator estava louco para um drama sincero, talvez fazer um Shakespeare no set, mas ele se encontrou com Shortland para o almoço mesmo assim. “Ela me contou a história e eu achei bem surpreendente,” ele diz. “É como se ‘Alexei é um f#%ão, ele está na prisão, ele é irritado, ele é malvado mas ele também é muito carente. Ele quer que seus filhos gostem dele. ‘Nós conversamos sobre Ricky Gervais em The Office um pouco. Nós conversamos um pouco sobre o Phil Hoffman em The Savages, essa comédia que sai da vida real, e eu acho que isso é bem especial. Então imediatamente eu fiquei tipo “Eu amaria fazer isso.”Família: unida.
Além de passeios para Noruega, Budapeste, Marrocos e a base da Marvel em Atlanta, o principal local das filmagens foi o Pinewood Studios, nos arredores de Londres. Lá, o time de Shortland construiu ‘os escritórios inspirados nos anos 60 de Dreykov de Ray Winstone, diretor da Sala Vermelha, e as celas de prisão de vidro, quase que como as de Star Trek, que ficam dentro dele, onde o Alexei vai passar boa parte do filme.
Quando a Empire visitou o set do filme em Setembro de 2019, o Alexei está tentando (sem sucesso) a escapar da prisão. A Empire assistiu enquanto Harbour soca o vidro antes de se aninhar em um monte de auto-piedade no chão. Pinewood também é onde a equipe construiu um jato feito de cardan maciço, o mesmo que Melina pilota em uma desesperadora subida mais tarde naquele dia. Em outro lugar, nós vemos Natasha empenhada em varias infiltrações de alta linha. Se isso parece que nós estamos segurando informações: bom, pensando nesses personagens, discrição é primordial e a quebra de confidencialidade não é algo que valha nossas vidas. De qualquer forma, nós ficamos sem saber de muita coisa, especialmente sobre a identidade do ator que dá vida ao muito mascarado Treinador.
Tudo que Shortland está disposta a falar sobre ele é que ele é como “se todos os pesadelos de uma mulher viessem para perseguí-la.” Viúva Negra pode ser um drama psicológico familiar de ação, mas também continua sendo um filme da Marvel, então nós temos como certo fantásticas cenas de ação nos céus assim como combates mão-à-mão: uma especialidade da Viúva. Sem super poderes, sem um traje do Homem de Ferro, a violência vai machucar. “Nós temos que fazer sequências de ação ter como coração o perigo, fazê-las bem emocionais, mas mesmo assim fazerem parte da história,” diz Shortland.
“Então nós estávamos [nos referenciando] a coisas como Como Treinar Seu Dragão. Coisas que eu fico tipo ‘Nossa que coisa linda. Vamos fazer isso com ela! Nós estamos nessa linda jornada, vamos levar a audiência junto conosco ao invés de apenas socar pessoas.” Isso não quer dizer que não haverá socos: “Às vezes você só consegue passar pelas coisas lutando.” dá de ombros Johansson ironicamente no set. Na verdade, o treinamento de luta também ajudou Pugh a destacar um aspecto do personagem da Yelena, e estabilizar sua relação com Natasha.
“Ela gasta tanto tempo sentindo raiva da Natasha por ficar fazendo pose quando luta,” Pugh ri em seu trailer enquanto faz uma xícara de chá à Empire. “Nós percebemos que uma das minhas melhores qualidades eram chutes e impulsos poderosos ou qualquer coisa que faça o trabalho ser feito rapidamente. Yelena, ela faz o trabalho. Ela não pousa em uma pose de super-herói. Eu não conhecia a Scarlett, e imediatamente depois de apertar sua mão nós fomos para o set gravar uma das cenas de luta mais agressivas de todo o filme. Eu me lembro de socar a cabeça dela na parede.”
Todos falam muito bem do comprometimento de Shortland com a personagem. “Ela nos perguntava todos os dias ‘Onde está o coração?” explica Pugh depois de seis meses de gravação. “Seria tão fácil grudar no fato de que esses super heróis tiveram uma infância de abuso, mas ela sempre insistia em casa. Cate nunca teve medo de mostrar a verdade nua e crua e isso é algo que eu nunca tinha visto em filmes grandes como esse antes.” Shortland se jogou de cabeça na ação e nos efeitos visuais. Ao longo
do filme, no entanto, manteve seu olho aberto na profundamente danificada mulher que agora já não tinha mais uma missão. Se Viúva Negra é sobre danos, Shortland não iria mascarar a dor, ou eufemizá-la sob uma camada de falso e impensado empoderamento.
“É interessante fazer um filme no qual uma mulher apanha em uma época onde tanto se fala em violência contra as mulheres,” ela diz. “Porque ela recebe uns bons golpes, mas dá tanto quanto. Ela continua se dizendo que não pode ser vulnerável, que ela não pode se emocionar, que ela só tem que seguir em frente. Eu acho que é por isso que tanta mulher se identifica
com ela, pois ela acha que mostrar qualquer emoção é uma fraqueza. Eu acho que é isso que vai ser tão lindo nesse filme: você vai lutar com ela, e não é nada fraco – é incrivelmente forte ser vulnerável.”
Essa mensagem, sobre aceitar imperfeições e injúrias e enfrentar valentões, de qualquer forma, parece muito importante na era do movimento #MeToo. E Johansson se entusiasma com o trabalho que ela e Shortland fizeram com Natasha Romanoff. “Eu nunca esperei o tanto de coisas que ainda tinha pra
explorar,” ela diz, “e poder fazer isso com a Cate, quem é tão curiosa a respeito disso, sempre cavando mais fundo. Procurando pela verdade.”
Enquanto isso, Scarlett Johansson ainda está mensurando o que esse filme significa para ela. São dez anos desde que seu trabalho como Viúva Negra começou, é muita coisa para considerar. “Eu ainda não tenho a noção disso,” ela conta, “eu acho que vai levar um tempo para cair a ficha. Isso foi algo tão constante na minha vida por uma década. Cada mês destes 18, voltando para essa família e continuando a história com todos eles… Eu acho que todos nós temos diversos sentimentos a respeito disso, pelo menos em cenas específicas, mas eu realmente tive um sentimento de serviço cumprido [depois da finalização das gravações de Viúva Negra]. Eu sinto que eu tentei de tudo dessa vez. Eu tive a oportunidade de ir para todos esses lugares desconfortáveis e explorar essas partes distantes da Natasha.”
Enquanto isso, Johansson tem progredido muito ao lado de Natasha. Como uma atriz, ela conta que, ela “não tinha as mesmas ferramentas” que ela tem agora, quando gravou Homem de Ferro 2. “E também tem minhas experiências de vida, tendo sucedido e falhado em diferentes aspectos, e me sentindo como uma mulher adulta que assume responsabilidades por suas ações… está tudo incluso na personagem que vemos hoje.” Se isso é a despedida de Scarlett Johansson á Natasha Romanoff, como parece ser, a atriz está feliz com a história como foi contada. “Natasha é praticamente forçada a aceitar seu passado,” ela diz. “É ultimamente sobre se curar dessas profundas feridas. Nós definitivamente não estaremos oferecendo aos fãs só mais um filme de espionagem/assassinato.”
Não é um filme de espionagem/assassinato, é apenas um filme que por acaso envolve espiãs e assassinas – e se tudo seguir o planejado, o timing desse filme, logo após a morte da personagem, vai, na verdade, ser uma vantagem. Não vai diminuir o sacrifício de Natasha em Ultimato, mas sim dar contexto a ele. “[O timing] foi realmente libertador,” diz Shortland. “Eu queria dar a ela justiça. Deu-nos o sentimento de tipo ‘Nós temos uma chance, e eu realmente quero que as pessoas entendam a Natasha e sintam empatia por ela, ’ porque o que você comumente vê é uma construção fetichizada. Nós queríamos ir além de sua pele.” Um filme sobre ir além da pele com a Scarlett Johansson, atriz de Sob a Pele: isso parece menos um risco. Se a morte não consegue pará-la, quem vai ficar em seu caminho?